A alimentação vegetariana estrita, dieta que não inclui nenhum alimento de origem animal, é reconhecida como segura e adequada em todas as fases da vida, até mesmo para gestantes, atletas e idosos. Tal afirmação foi citada pelos principais guias alimentares atuais do mundo, entre eles, o da Academy of Nutrition and Dietetics (2016) e o Dietitians of Canada (2019).
Por ser uma alimentação pobre em gorduras saturadas e livre de colesterol, essa dieta tem a capacidade de prevenir e auxiliar no tratamento das principais doenças crônicas não transmissíveis — que atualmente são as principais causas de morte no mundo — como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia e, também, o câncer.
Além disso, a dieta vegetariana é rica em fibras, fitoquímicos, vitaminas e minerais, pois é priorizado o consumo de alimentos simples e naturais como frutas, verduras, legumes, leguminosas e cereais. Por isso, ela proporciona mais energia, vitalidade, disposição e bem-estar, o que resulta em mais qualidade de vida.
Existem muitos mitos e preocupações relacionadas a uma alimentação vegetariana. Porém, não é preciso ter dúvidas: todos os nutrientes, inclusive as proteínas, o ferro e o cálcio, são encontrados em abundância nos vegetais. A única exceção é a vitamina B12, que deve ser acompanhada por meio de exames e, se necessário, ser suplementada.
Entre os mitos, o que envolve a proteína é um dos maiores, mas os vegetarianos não precisam se preocupar. Ao adotar uma alimentação variada e adequada do ponto de vista calórico, a quantidade necessária de proteínas é facilmente atingida dentro do modelo alimentar vegetariano. É importante ressaltar que todos os aminoácidos essenciais, que são aqueles que não sintetizamos, estão presentes no reino vegetal e são sintetizados por plantas, sendo os animais meros acumuladores dos mesmos. Todos os alimentos de origem vegetal possuem proteínas e todos os aminoácidos essenciais em sua composição, sem exceção.